Nem sempre Faro foi a capital do Algarve

Depois de mais de dez anos de investigação sobre a antiga cidade de Balsa, Luís Fraga da Silva lança, este sábado, em Tavira, um extenso livro dedicado àquela que chegou a ser a capital do Algarve Oriental na época romana.
Os vestígios de Balsa situam-se em pleno Parque Natural da Ria Formosa, entre Luz de Tavira, a ria e Pedras d'El-Rei (Santa Luzia).A cidade chegou a ser a mais importante do Algarve e uma das maiores da Lusitânia, com 45 hectares de superfície, o que a tornava, à data (século II), maior que Faro (Ossonoba), Lisboa (Olissipo), Conímbriga e Huelva (Onoba). A memória do sítio de Balsa perdeu-se, contudo, até ao século XIX, altura em que foi descoberta com os alicerces quase intactos.
Em declarações ao barlavento.online, Luís Fraga da Silva disse que o livro é «um compromisso», já que foi feito «para ter várias leituras» e para ser «consultado por um público que pretende saber mais sobre a história regional do Algarve».
Rica em fotografias documentais e gráficos, a obra «Balsa, Cidade Perdida» relata factos como a ascensão e declínio de Balsa e descreve como se organizavam as principais actividades comerciais da cidade, baseadas na indústria da conserva de peixe e no comércio de cerâmicas.
O livro, que é também um apelo à preservação de um dos maiores vestígios arqueológicos do Algarve, reserva espaço para relatar a destruição a que a área tem estado sujeita nos últimos anos, devido à pressão urbanística e agrícola.
Luís Fraga da Silva é investigador na área da geografia histórica e tem-se dedicado ao estudo de Balsa e do Algarve romano. Pertence à direcção do Campo Arqueológico de Tavira, que edita a obra em conjunto com a Câmara Municipal de Tavira.
O lançamento do livro tem lugar este sábado, no Hotel Vila Galé Albacora, em Tavira, às 17h30.
Filipe Antunes - in "Barlavento On-line"
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