O mais emblemático Salão de Cabeleireiro São-Brasense festejou Bodas de Ouro
Por: GIDI, (2006-6-2)
No longínquo dia 12 de Maio de 1956, a Rua Gago Coutinho via inaugurar um dos mais emblemáticos cabeleireiros de São Brás de Alportel - o Salão de Cabeleireiro de Júlio Negrão. Salão mantém-se activo até aos dias de hoje, constituindo-se como uma das relíquias do núcleo antigo da vila.
No longínquo dia 12 de Maio de 1956, a Rua Gago Coutinho via inaugurar um dos mais emblemáticos cabeleireiros de São Brás de Alportel - o Salão de Cabeleireiro de Júlio Negrão. Salão mantém-se activo até aos dias de hoje, constituindo-se como uma das relíquias do núcleo antigo da vila.
Meio século após a abertura oficial do Salão, a Câmara Municipal de São Brás de Alportel quis recordar esta data e celebrar as bodas de ouro do distinto Salão, promovendo um almoço convívio em homenagem a este ilustre cabeleireiro e autodidacta, que muito tem feito em prol do concelho. Neste âmbito, foi entregue ao homenageado uma placa de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, bem como o brasão do concelho, usualmente atribuído a personalidades de mérito.
No decorrer do almoço, sucederam-se as histórias e as curiosidades de outros tempos e de outras “brilhantinas”, entre gotas indianas e restauradores Olex, que faziam maravilhas das senhoras nos anos áureos do Salão Júlio Negrão.
Júlio Negrão iniciou-se no ofício, com apenas 10 anos, ajudando o seu pai, na barbearia da Rua da Praça., então a mais movimentada e solidária rua da vila. Ali se juntavam os republicanos, com quem o jovem Júlio haveria de aprender os princípios de humanidade, liberdade e democracia, que nortearam toda a sua vida.
Dois anos depois de abrir o Salão em São Brás de Alportel, Júlio Negrão resolve abrir um outro estabelecimento na vizinha cidade de Loulé “Júlio e Antonieta Cabeleireiros”, onde trabalhava com a sua esposa, Antonieta, com quem casara em 1956. O jovem cabeleireiro havia conhecido Antonieta no cabeleireiro de Eduardo Magrinho, onde dera os primeiros passos no corte e arranjo de cabelos, ao lado da jovem rapariga, que veio a ser sua esposa.
Situado na Rua Gago Coutinho, o cabeleireiro Júlio continua a receber os seus fiéis clientes que apreciam a arte de cortar e pentear manualmente, mediante conhecimentos e técnicas perdidas no tempo. De sorriso pronto, recebe a clientela com meia dúzia de histórias, de uma memória prodigiosa e garante a quem o visita “confiar a execução dos seus penteados ao cabeleireiro Júlio Negrão é emprestar ao seu rosto o aspecto de eterna juventude”, a lembrar a velha máxima da casa que podia ler-se no anúncio de há 5 décadas atrás: “cabelos bem tratados são jóias de raro valor que se devem cuidar e estimar”.
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